Medeiros: nunca aos sábados

Público ouve música ao vivo em frente à Medeiros de Albuquerque.

A Sociedade Amigos de Vila Madalena (Savima) informou nesta sexta-feira (24.02) que o Armazém da Vila não poderá mais fechar a Rua Medeiros de Albuquerque aos sábados.

Segundo a associação, acordo nesse sentido foi assinado entre a Prefeitura Regional, moradores daquela via e proprietários do Armazém.

O estabelecimento, ainda segundo a Savima, poderá realizar shows na Medeiros de Albuquerque aos domingos e feriados, dentro do que estabelece a legislação “Ruas Abertas”. Aos sábados, shows só dentro do Armazém.

No Carnaval, 6 blocos na Vila

Relação oficial dos blocos que desfilarão durante os quatro dias de Carnaval na Vila Madalena, de acordo com o saite oficial “carnavalderua.prefeitura.sp.gov.br”:

DIA 25 – SÁBADO

Cacique Jaraguá – 15h – Ruas Fidalga; Wisard; e Harmonia.

Cordão do Sanatório Geral- 14h – Ruas Fradique Coutinho; Inácio Pereira da Rocha; Belmiro Braga; e dispersão no CC Rio Verde.

Maracatu Bloco de Pedra – 14h – Ruas Medeiros de Albuquerque; Aspicuelta; Fidalga; Wisard; Girassol. Aspicuelta e Medeiros de Albuquerque.

Bloquinho Madalena – 9h – Rua Belmiro Braga entre a Cardeal Arco Verde e Inácio Pereira da Rocha.

DIA 27 – SEGUNDA-FEIRA

Bloco do Bargaça –  14h – Ruas Aspicuelta; Harmonia; Wizard; Fidalga.

Bloco Fuzuê – 15h – Ruas Mourato Coelho; Inácio Pereira da Rocha; Fradique Coutinho e Aspicuelta.

Não consta da relação oficial o desfile de blocos no bairro para domingo, dia 26.

BALANÇO

A Prefeitura Regional informou que no final de semana passado (18 e 19.02) foram apreendidas 12 toneladas de produtos vendidos por ambulantes nas ruas da Vila.

Para a limpeza das ruas foram utilizados 40 varredores, seis caminhões-pipa, quatro caminhões-antares, quatro caminhões-coleta e quatro motocicletas.

 

Savima reage a
carnaval de rua: “Basta”!

Foto tirada pela moradora Cristina

A Sociedade Amigos de Vila Madalena (Savima) divulgou manifesto, esta semana, no qual pede o fim do carnaval de rua no bairro. Segundo a associação, esse evento dessa magnitude tornou-se “incontornável e incontrolável”.

“Moradores e comerciantes ilhados em suas casas e comércios, tristes e atentos com a insanidade e a destruição de um bairro, que não tem condição alguma de receber milhões de pessoas”, diz o documento.

Leia abaixo a sua íntegra:

“Carnaval de rua em bairros residenciais, especificamente na Vila Madalena, tornou-se incontornável e incontrolável. Crise que agora toma jeito de agonia violenta, suja, com espasmos brutais. Não há como confundir com vitalidade esses estertores do gigante drogado.

O buraco é mais embaixo e não dá para esconder. Ambulantes se espremem pelas ruas, vendendo cerveja, inclusive para menores de idade; outros, atacam o comércio de drogas e, na euforia da libertinagem, crianças e adultos passam mal, vomitam, entram em coma alcoólico.

Moradores e comerciantes ilhados em suas casas e comércios, tristes e atentos com a insanidade e a destruição de um bairro, que não tem condição alguma de receber milhões de pessoas. De qualquer modo, uma coisa é certa: o carnaval não dá grande retorno aos cofres públicos. Dá mesmo é prejuízo. De diversos tipos.

Sabendo-se que evento dessa magnitude na Vila Madalena, não é bom para os moradores, não é bom para os comerciantes, não faz bem para a saúde do bairro e não é bom para as autoridades. O que nos resta, utilizando do bom senso, é retirá-lo daqui e encaminhá-lo para lugares apropriados, de fácil acesso e com condições de receber milhares de pessoas: Sambódromo, Interlagos, Av. Tiradentes etc …

Na Copa do Mundo não havia blocos, mas a Vila Madalena recebeu milhares de pessoas e, a partir daí, percebeu-se a precariedade de um bairro residencial para acomodar essa multidão. Foi um sinal para que as autoridades na época, prestassem atenção na luz vermelha que acabara de acender. Mas o desleixo e o desrespeito com quem vive a Vila 24 horas por dia foi acionado e, ao contrário do que esperávamos, agigantaram o evento Carnaval de Rua na Vila Madalena e, claro, não deram conta da ordem, da limpeza, da segurança, do transporte, das pichações, das necessidades físicas, das pessoas mal intencionadas, da sinalização, do trânsito e do respeito humano.

Não há campanha pública educativa, não há qualquer restrição à prática deletéria que degrada um dos mais belos e descolados bairros do mundo. A coisa se repete sistematicamente. Neste carnaval, fotos e filmagens assustadoras. Sanitários químicos não podem e não devem ficar em frente a residências ou comércios, pois os valores de impostos pagos por eles não merecem de troco privadas que cheiram a urina e que embrenham na alma de cada um e faz o coração lacrimejar de tristeza.

O altíssimo volume de som, ultrapassando os decibéis admitidos oficialmente na Lei do Silêncio, onde quase sempre o estrondo substitui a musicalidade, não leva em conta o fato de que nos bairros há também moradores que desejam dormir, querem sossego, precisam de repouso; que aí há crianças, idosos, enfermos e também gente adulta, sadia, que não se interessa pela folia, muito menos pelo barulho.

Numa cidade em que a mobilidade urbana já é crítica, o direito de ir e vir dos moradores se vê severamente limitado por longo tempo. O sono é proscrito para muitos; o sossego fica proibido. Quem não quer ensurdecer que se mude. E, se quer paz, dane-se: é carnaval! Quem não deseja ver danificada sua casa, seu edifício ou seu estabelecimento de comércio, providencie tapumes e arque com os gastos, pois o Poder Público não tem nada com isso.

Na lógica dos donos da folia, mais importante que o direito dos cidadãos é o dinheiro gordo de alguns patrocínios, o livre crescimento do capital no mercado da alegria, que não dá nenhum retorno aos bairros explorados: que os deixa imundos, depredados, arrasados, para glória e lucro de poucos.

O direito à saúde pública desaparece. O valor do patrimônio artístico é menosprezado. Aqui, pelo jeito, moradores não contam. Só existem enquanto cidadãos na hora de pagar o IPTU, sempre muito alto, e só então a Vila Madalena passa a ser “área nobre”.

A taxação é pesada e inexorável para quem sofre os desmandos carnavalescos. Os donos da folia sabem que podem usar e abusar do espaço público; a conta da depredação nunca lhes será cobrada.

Eles caracterizam sua promoção como cultural, mas é difícil encontrar cultura no circuito planejado para o desfile. A criatividade, a beleza, o humor, a crítica, a inteligência, foram varridos no espaço mais privilegiado dessa folia. O que se vê, de fato, é o que acontece em outro desfile: aquele que acumula milhares de pessoas à procura de sexo e loucuras.

Com certeza absoluta, ninguém merece esse tipo de coisa em frente de sua casa ou comércio.

Por isso, para quem tem condições, o melhor é desviar desse evento que acaba durando mais de um mês.
Sim, porque tem o pré do pré.
Depois do pré do pré, o pré.
Aí vem o Carnaval.
Depois o pós.
E, em seguida, o pós do pós.
Ufa, acho que terminou.

Vamos terminar com isso?”

SAVIMA Sociedade Amigos de Vila Madalena
Cassio Calazans de Freitas – Presidente

Esbanjando fantasia

Ana Paula Ferrari, rainha de bateria da Pérola Negra, promete não economizar na fantasia que usará no desfile da escola no próximo domingo (26.02).

“Quero brilhar na minha estreia como rainha, é um momento marcante pra mim”, explica ela, em seu primeiro desfile na agremiação da Vila Madalena.

Conteúdo: G1
Foto: Edu Graboski

Folha confirma A Voz da Vila

A Folha de S.Paulo fez a mesma avaliação que  “A Voz da Vila” sobre o primeiro fim de semana de Carnaval de Rua na Vila Madalena.

No post “Dispersão noturna melhorou”, de segunda-feira (20.02), este blogue afirmou que ainda foram constatados muitos problemas no bairro, mas que houve menos público e uma melhor dispersão em relação aos anos anteriores.

A ‘Folha’ publicou na edição desta terça-feira (21.02) reportagem com o título “Erros e acertos do Pré-Carnaval de 2017”, na qual afirma:

“O caos tão conhecido à Vila Madalena migrou para o Largo da Batata, onde na noite de sábado (18) havia muito lixo no chão, uma estação de metrô interditada, relatos de furtos, foliões embriagados e carros desorientados (…)”

“A Vila Madalena, por sua vez, não chegou a ficar tão caótica como nos anos anteriores – blocos cumpriram os horários de encerramento –, mas tampouco terminou o Carnaval de forma satisfatória”.